terça-feira, 30 de agosto de 2011

Artigo na Revista Mente Cérebro

Reproduzo abaixo artigo publicado na revista Mente Cérebro (Scientific American) sobre o aprendizado de um idioma estrangeiro. Sem dúvida, uma das melhores matérias que já li e que me deixou feliz por dar exemplos científicos, e mais uma vez comprovar que estou trabalhando da maneira correta com vocês, alunos. Embora um pouco longo, mas it is worth reading it! Thank you, Rafaela!
PS. Tomei a liberdade de sublinhar as partes principais.

Para aprender outro idioma

"Apesar das promessas de métodos “fáceis” de ensino de línguas para adultos, pesquisadores garantem: na maioria dos casos é preciso dedicação e coragem de se arriscar a errar, pois esse tipo de aprendizagem requer a formação de novas redes neurais – o que requer tempo e treino.

O domínio de uma língua estrangeira, em especial o inglês, é uma exigência cada vez mais frequente nas empresas. A maior parte dos candidatos às vagas, por sua vez, atesta no currículo que fez cursos – o que em geral é verdade. Mas, na prática, são poucos os que sustentam uma entrevista mais detalhada em outro idioma ou mantêm uma conversação em inglês sem grande esforço. Para muitos prevalece a sensação de só cometer um erro após outro. E o pior é que a insegurança quanto à gramática e o medo de cometer equívocos terminam por comprometer as possibilidades de acerto. Em muitos casos, nem mesmo anos de aula mudam essa situação.

Talvez por isso pareça, para tanta gente, tão sedutora a proposta de eliminar as antigas tradições no ensino de línguas estrangeiras e investir em novos métodos, mais rápidos eficazes.

Os livros, CDs e DVDs para autodidatas ou prospectos de escolas particulares sempre voltam a afirmar veementemente que tudo o que precisamos é uma abordagem correta. E o melhor: podemos nos livrar com certeza das horas de estudo em casa, das listas de vocabulário, do jargão linguístico! Verdade? Especialistas acreditam que não. Principalmente quando se trata de adultos, nada substitui o trabalho duro.

É claro que há o caso de crianças que crescem em um país estrangeiro e aprendem a língua de seu ambiente sem grandes dificuldades. E avanços na psicologia e linguística poderiam ajudar a transferir mecanismos de aprendizagem semelhantes para o mundo adulto. Por trás disso não está apenas o argumento promocional de poupar os alunos do grande trabalho de aprender gramática. Pesquisadores, por sua vez, reconhecem a necessidade de adoção de modelos mais eficazes e menos penosos, já que prevalece o consenso de que nada se ganha apenas com o ensino de regras.

EM ZIGUE ZAGUE

O que precisa ser transformado é o chamado método de gramática e tradução – pelo qual, ainda hoje, boa parte dos livros didáticos se orienta –, que vem dos tempos primordiais do ensino metódico de línguas. Ele é o consenso fundamental, o protótipo da aula de língua estrangeira de qualquer conceito pedagógico. A bem da verdade, em sua forma pura hoje é encontrado apenas em casos de exceção, mais provavelmente nas aulas de latim: devem-se construir frases na língua estrangeira ou traduzir textos para a língua materna com caneta e papel, pois os alunos só vão falar (se isso acontecer) bem mais tarde.

Obviamente o que ainda é sustentável no caso das línguas mortas certamente fracassará com o inglês ou o francês. “Nesse processo, os alunos não absorvem muito mais do que um conjunto de regras abstratas. Isso, porém, não ajuda em nada o uso da língua: dessa forma, os estudantes não conseguem transformar seu conhecimento linguístico em uma forma útil para a comunicação”, diz a pedagoga Susanne Even, da Universidade de Indiana em Bloomington.

Chovem críticas ao método de gramática e tradução – e elas não são recentes. Justamente por esse motivo,já em 1882 o professor Wilhelm Viëtor (1850-1918), em seu panfleto polêmico “A aula de línguas deve ser transformada!”, atacou a prática comum naquela época. Ele obteve grande apoio e, a partir de então, muitos educadores e linguistas passaram a dar mais valor ao domínio oral do idioma. A questão que os intrigava naquela época e de certa forma permanece até hoje é: como é possível ensinar as pessoas a falar outra língua corretamente sem que seja necessário dedicar anos a fio para isso?

A grande busca por alternativas que se iniciou desde então na didática se assemelha à tentativa de atirar em um objeto em movimento. Como quase não há pesquisas próprias e sistemáticas, qualquer mudança na tendência das “disciplinas de base” – psicologia, linguística e pedagogia – cedo ou tarde também culmina em um procedimento didático próprio, enquanto a subestrutura teórica acaba com os antigos conceitos de aprendizagem de línguas. O “método áudio-oral”, por exemplo, no qual frases e estruturas são treinadas à perfeição por meio de sua constante audição e repetição, foi celebrado como uma verdadeira revolução na metade do século XX, levando, entre outras coisas, à divulgação dos laboratórios de línguas. Como, no entanto, ele se apóia em uma psicologia do aprendizado hoje já ultrapassada, a maioria dos pesquisadores se distanciou dele.

Nos anos 70, o “método natural” do professor de espanhol Tracy Terrell e do linguista Stephen Krashen, da Universidade do Sul da Califórnia, fez sucesso. Eles se concentraram completamente na comunicação e tomaram como modelo de reflexão a seguinte questão: línguas estrangeiras devem ser aprendidas como foi aprendida um dia a língua materna por meio da fala – e, principalmente, pela audição. Krashen e Terrell partiram do princípio de que um mecanismo cerebral específico lhes permitia aprender a própria língua materna. A fim de ativá-lo novamente, o planejamento do curso deve se orientar exatamente pela ordem em que as crianças também adquirem novos conceitos linguísticos. Ou seja: segundo os estudiosos, os alunos expandem suas capacidades principalmente quando ouvem construções de frases que sempre estão um pouco acima de sua capacidade momentânea (como uma criança pequena que aprende a falar).

Seria esse então o modelo de um curso de língua mais próximo do ideal, capaz de proporcionar aprendizado fácil e ao mesmo tempo efetivo? Por mais plausível que pareça à primeira vista, o “método natural” de Krashen e Terre mostrou-se ingênuo demais: muitos professores de línguas que o seguiam logo deixavam totalmente de lado o cansativo ensino de regras gramaticais. “Muitas escolas e até universidades optaram por descartar a gramática, mas mesmo depois de anos vários estudantes ainda estavam no nível do 'eu vai'”, comenta Susanne Even.

A pesquisadora Claudia Riemer, que realiza estudos na Universidade de Bielefeld na área de didática de línguas estrangeiras, também reconhece o problema: “Aprender uma língua estrangeira é uma situação de enorme complexidade para o cérebro. Não é possível fazê-lo sem nenhuma atenção focada em determinadas regras”. Outros métodos não tiveram melhor destino. Assim, entre os pesquisadores foi se estabelecendo cada vez mais a idéia de que, infelizmente, praticamente todos os conceitos que deixavam explicações gramaticais de fora, em algum momento, se mostravam inadequados. Apenas sair falando funciona, no máximo, para os primeiros passos em uma nova língua.

Por enquanto, ninguém descobriu o método com o qual a aprendizagem de línguas finalmente se tornará uma agradável brincadeira de criança para qualquer pessoa. Mas sejamos sensatos: é bastante improvável que algum dia exista um truque assim, já que as pessoas têm formas diferentes de apreender informações e resolver problemas. As demandas também são diversas. Uns querem apenas falar e se comunicar sem grandes vexames, outros têm excelente memória para vocábulos, mas fracassam ao construir uma frase – e, por fim, há as pessoas que encontram prazer em folhear os livros de gramática, sentem-se mais seguras assim. Além disso, o aprendizado (e consideramos aqui que aprender é mudar formas de comportamento e compreensão de si e do outro) requer formação (ou ativação) de redes de neurônios. Adquirir conhecimento complexo, como um idioma, significa, portanto, alterações da anatomia cerebral.

Por isso, a didática de línguas estrangeiras tem se concentrado, nos últimos tempos, nos estilos pessoais de aprendizagem. E para não perder (tantos) alunos os cursos buscam, cada vez mais, atender a essa diversidade.

Fischer, da Universidade de Modena, que estudou o tema em seu doutorado e entrevistou estudantes italianos sobre a causa de sua inibição em aula. Ela percebeu que a fixação em regras linguísticas estimula uma postura mais dura em relação aos próprios erros. Uma aula que, em grande parte, se compõe de exercícios de conversação em grupo, é proveitosa quase que exclusivamente para pessoas com pouca dificuldade em conversação.

Como saída para esse dilema, existe uma estratégia dupla que associa abordagens especificamente comunicativas às formas clássicas, que valorizam a gramática. Alega-se que essa estratégia deixa espaço suficiente para ensinar todo o conhecimento teórico necessário e também ajuda a “soltar a língua” dos alunos e a eliminar o medo de se expor –e errar. A chamada aprendizagem voltada para situações práticas (como se comunicar com o garçom, conversar com funcionários do aeroporto, pedir informações sobre pontos turísticos etc.) segue esse princípio na medida em que – em cada situação relevante do cotidiano – é possível aprender. O conceito central aqui é deixar claro que as formas gramaticais não têm um fim em si é fundamental que tenham aplicação prática."

Por Jan Dönges

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ICAO - International Civil Aviation Organization

Com o aquecimento da economia, a falta de profissionais no mercado e a abertura do aeroclube na cidade, a procura pelo curso de pilotagem de aviões tem aumentado e muito. E para a obtenção do direito de ser um piloto comercial é necessário passar por um teste de inglês que atenda a classificação do ICAO (International Civil Aviation Organization). Algumas pessoas já estão se preparando, como meus alunos Manoel, Allan and Junior. Below, the ICAO rating scale for you guys! Just click on it.


domingo, 14 de agosto de 2011

Usos da Palavra ONE

Uma grande parte das pessoas pensa que ONE sempre significa UM em inglês. Mas não é bem assim.
Há 3 usos distintos para tal palavra. Vejamos:


1 – “One” como Numeral

Como numeral, one significa um ou uma. Exemplos:

a) There’s only room for one person. (Há somente quarto para uma pessoa.)
b) A one-bedroom apartment. (Um apartamento de um quarto.)
c) They had one daughter. (Eles tinham uma filha.)
d) Katie’s almost one. (= one year old). (Katie tem quase um (um ano de idade).


2 – “One” como Pronome Indefinido

Quando empregado como pronome indefinido, one significa qualquer pessoa ou cada pessoa. Esse uso é formal, aparecendo em textos e discursos mas dificilmente na conversação. Exemplos:

a) One must eat and sleep to live. (Qualquer pessoa deve comer e dormir para viver.)
(Melhor tradução: É necessário comer e dormir para viver.)
b) One can’t know everything. (Cada pessoa não pode saber de tudo.)
(Melhor tradução: Não se pode saber de tudo.)
c) One ought to make the effort to vote. (Cada pessoa deveria fazer esforço para votar.)
(Melhor tradução: Deveria-se fazer esforço para votar.)


3 – “One” como Pronome Substantivo

Quando usado como pronome substantivo, one é usado no lugar de algum substantivo que foi mencionado anteriormente, para evitar a repetição. Nesse sentido, o plural de one é ones. Exemplos:

a) “Have you got a camera?” “No.” “You should buy one” (= buy a camera).
(“Você tem câmera?” “Não”. “Você deveria comprar uma” (comprar uma câmera).)
b) The train was crowded so we decided to catch a later one.
(O trem estava lotado então decidimos pegar um posterior.)
c) I’m going to keep those boxes. The ones I want to get rid of are in the garage.
(Vou guardas aquelas caixas. Umas de que quero me livrar estão na garagem.)

Algumas expressões idiomáticas com one:

All in one – tudo em um. Ex.: With this model you get a radio, CD player and TV all in one. (Com este modelo, você tem rádio, toca CD e TV, tudo em um.)

Loved one – ente querido.

Hole in one – situação na qual o jogador de golfe acerta a bolinha no buraco (hole) com uma única tacada.

World War One (WWI) – Primeira Guerra Mundial (1914 -1918).






terça-feira, 2 de agosto de 2011

My Birthday and English

Aproveitando a semana de meu aniversário, vamos tocar em um ponto, simples, mas onde muitos erram. Afinal, quem é que não sabe dizer "eu tenho tantos anos" em inglês! Todo mundo que estuda o mínimo de inglês sabe como dizer a idade, não é?

Bom, até que poderia ser assim, porém...
Logo, o que me levou a escrever sobre este assunto hoje foi o fato de eu ainda ver muitos alunos de nível intermediário falando "I have 23 years old". Você deve estar se perguntando: "I have ..... years old" está errado? Então, continue lendo.

Este erro é muito comum entre os alunos. Como em português dizemos "eu tenho ...... anos", logo é mais do que lógico que em inglês também poderia ser "I have...". O problema é que para dizer a idade em inglês, eles não usam o "I have..."; eles usam o "I'm...".

Ou seja, para dizer a sua idade em inglês você deve dizer "I'm ....... years old". Por exemplo, se eu for falar a minha idade digo "I'm 36 years old" (ou apenas "I'm 36") e não "I have 36 years old".

Este erro acontece porque o cérebro ainda não se acostumou com a equivalência correta. Aí na hora de falar, ele recorre automaticamente àquilo que parece ser o correto.
Espero que você - leitor deste blog - não cometa mais este erro tão comum!