segunda-feira, 15 de julho de 2013

Aprender Inglês NÃO é Fácil!

Desculpe contrariar todas suas expectativas.
Desculpe não dizer o que, talvez, você queira ouvir.
Desculpe...mas não posso mentir: aprender inglês não é fácil como muitos acham!

Não sou pessimista. Deixe-me explicar uma coisa de cada vez:

1) Não vai ser um processo relâmpago
Talvez iludidos por propagandas enganosas que prometem fluência em poucas semanas, muita gente acaba caindo nesse conto do vigário e acha que vai sair falando fluentemente depois de algumas aulas. A ilusão é também motivada pela empolgação inicial de quem precisa falar inglês com urgência. É surpreendente o número de pessoas que só se dão conta de que precisam estudar em cima da hora. A motivação pode ser uma viagem ao exterior, a entrevista de emprego ou uma prova importante, mas já passou da hora de você perceber que inglês não é pizza! Não existe disque-inglês que vai trazer o conhecimento quentinho e embrulhadinho na porta da sua casa!

2) Qual sua meta?
Os objetivos de quem estuda inglês variam bastante. Tem gente que estuda para desenvolver a leitura de, por exemplo, textos técnicos e pode até dispensar a fluência oral. Outros precisam ter um conhecimento mais amplo porque estão buscando uma promoção em uma empresa e precisarão fazer apresentações, participar de reuniões e até negociar em inglês. O que você já deve ter percebido é que não devemos colocar alunos com interesses tão diferentes no mesmo “pacote”. Trace um plano detalhado para saber quais são as suas necessidades. O conceito de sucesso é relativo, pois varia de acordo com o objetivo de cada um. Aquilo que para mim é uma meta alcançada, para outra pessoa, pode significar, por exemplo, apenas a metade do caminho. O meu “inglês fluente” pode não ser o mesmo que o seu.

3) Descubra seu ritmo de aprendizado
Nem todo mundo aprende no mesmo ritmo. É evidente que as velocidades de aprendizado são diferentes entre pessoas diferentes. Ainda assim, tem gente que insiste em perguntar: “Em quanto tempo se aprende inglês?”. Se as pessoas têm objetivos diferentes e ritmos de aprendizado diferentes, quem se arrisca a responder a pergunta acima corre um risco enorme de dar palpite furado. É importante, portanto, se dedicar com empenho total sem se impor prazos mirabolantes.

4) Nunca vai acabar
Quando comecei a estudar inglês, achei que depois de um certo tempo eu poderia dizer para mim mesmo com orgulho: “Eu falo inglês!”. Na minha ingenuidade, eu acreditava que, depois desse dia, nunca mais precisaria estudar. Na pior das hipóteses, abriria o dicionário, mas bem de vez em quando. Com o amadurecimento, percebi que o aprendizado de uma língua estrangeira é processo que não tem fim, mesmo porque aquelas pessoas que já atingiram seu objetivo, terão que necessariamente fazer, no mínimo, um trabalho de manutenção para não esquecerem o que já aprenderam. Sem contar aqueles que, por uma ou outra razão, definem novos objetivos ainda mais ousados.

5) Escola x professor particular
 “É melhor estudar em escola ou com professor particular?”. A resposta é a seguinte: “Depende!”. Tem gente que se dá melhor quando trabalha em grupo. Pode ser o estímulo dos colegas, o medo de ser o pior da classe, o instinto competitivo para ser o melhor da turma etc., ou seja, tem gente que não encontra motivação se não trabalhar em grupo.
Há, por outro lado, pessoas que preferem a flexibilidade oferecida por um(a) professor(a) particular. A flexibilidade pode ser tanto de horário e ou método de ensino, principalmente se as aulas forem individuais. Nesse caso, o método e o material de aula podem ser totalmente personalizados para atender as suas necessidades.
Não podemos nos esquecer, é claro, do grupo dos autodidatas, principalmente nos dias de hoje em que há inúmeros recursos disponíveis na Internet.

6) Não basta ter aulas
Os resultados não surgem, ou custam muito a surgir, se não houver a complementação do trabalho em sala de aula com atividades extras. Livros, revistas, filmes, documentários, séries de TV, programas de entrevista, noticiário, enfim, tudo aquilo que represente exposição à língua estrangeira. Não se esqueça de que não importa o assunto, o essencial é que o tema seja algo do seu agrado.

7) A culpa (na maioria das vezes) é sua
Não gosta do método da escola? Mude de escola. Não se adaptou com um professor particular? Troque de professor. Não adianta ficar procurando desculpa nos outros. Tenha a coragem de admitir que talvez você não tenha se dedicado como deveria ou talvez tenha estabelecido uma meta muita ambiciosa para a sua disponibilidade de tempo, podem ter surgido imprevistos que fizeram com que você tivesse que reorganizar sua agenda etc., ou seja, seja qual for o problema é preciso enfrentá-lo com determinação. Afinal de contas, quem não está aprendendo inglês é você! Aliás, não há nada de errado em recuar um pouco diante de um obstáculo, desde que você recobre as forças e volte ao ataque na primeira oportunidade!

8) Nem sempre "vemos" o que aprendemos
As primeiras semanas do curso de inglês costumam ser bem animadas. A empolgação dos primeiros dias, a vontade de aprender rápido, o incentivo da família e/ou do(a) chefe etc., enfim, tudo favorece. Depois de algumas semanas, você, aos poucos, vai perdendo o entusiasmo. Aliás, você já deve supor que esse prazo varia bastante, pois, afinal de contas, você leu os itens anteriores, não é mesmo? Inconscientemente, você se pergunta: “Por que está tão difícil?” “Por que está demorando tanto para aprender inglês?”. Pois bem, vou dar dois avisos para você:
a) Não é fácil aprender uma língua estrangeira.
b) Aprender inglês demora mesmo.
Embora a evolução possa estar de fato acontecendo, para quem aprende é muito difícil ter a noção desse progresso. É nessa hora que a maioria desiste dizendo coisas do tipo: “Não adianta, não consigo aprender inglês.”, “Inglês não é para mim!” etc. ou então alguma outra desculpa para culpar o método, como as descritas no item 7.

9) Conclusão
Portanto, ponha na sua cabeça: o negócio é lento! Não adianta pressa. Aprender inglês não é como comprar pastel na feira. Até que os transplantes de cérebro sejam rotina, aprender língua estrangeira vai continuar exigindo tempo, dedicação e muita força de vontade. And there are no two ways about it! [E não tem outro jeito!] Prepare-se para esse período “baixo astral” e repita para si mesmo: “É normal, vai passar!”. Acredito que com esse grau de conscientização, você terá maior probabilidade de enfrentar essa dificuldade.Se, por outro lado, a coisa não está rolando, é melhor não forçar. Quem não admite para si mesmo que não está 100% a fim de aprender inglês e continua insistindo corre o risco de criar um trauma que pode prejudicar tentativas futuras de estudo da língua. Faça uma avaliação sincera e cuidadosa sobre suas reais condições de estudar inglês e todas as suas implicações. Às vezes, é melhor guardar as suas forças para outro momento do que tentar abraçar o mundo. Faça uma reflexão sincera e só entre nessa empreitada se realmente chegar à conclusão de que ela está dentro das suas possibilidades.
Lembre-se de que aprender inglês não é para quem só precisa; é para quem precisa, quer muito e tem condições adequadas.

Adaptado de Ulisses Wehby de Carvalho

terça-feira, 9 de julho de 2013

Afinal, o que é Inglês Britânico?

Após escrever o post sobre as diferenças entre o inglês britânico e americano, vários alunos perguntaram se é verdade que o inglês britânico é mais fácil de entender. Confesso que já ouvi muitas pessoas dizendo isso por aí. Quando comecei a estudar inglês, eu também pensava assim. Mas, com o tempo, percebi que esse é mais um  mito  que existe dentro do ensino e aprendizado da língua inglesa. Ou seja, o inglês britânico pode não ser tão fácil assim de entender. Saiba mais lendo o restante desse post.

Antes de qualquer coisa é preciso entender o que é o inglês britânico. Para ser sincero eu não faço a menor ideia do que realmente seja esse inglês. Por quê? Bom, tenha em mente que a Inglaterra é apenas um dos países que faz parte do Reino Unido. Dentro da própria Inglaterra há diferentes sotaques e variantes da língua inglesa. Essas diferenças são divididas em dois grandes grupos: Northern England (norte) e Southern England (sul). Mas, dentro desses dois grandes grupos há ainda subgrupos e cada um com características próprias. Portanto, o que é mesmo o inglês britânico se dentro da Inglaterra encontramos diferenças?

Um pouco mais para cima temos a Escócia que também possui um inglês próprio (sotaque, vocabulário, usos gramaticais, etc.). Não podemos esquecer a Irlanda do Norte e o País de Galês que também possuem uma língua inglesa própria deles. Todos esses países – Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Galês – formam o que chamamos de Reino Unido. Embora politicamente unidos, cada país tem cultura própria e quando falamos de cultura temos de entender que a língua se inclui no conjunto; ou seja, cada país terá um inglês com características regionais próprias.

Isso significa que a coisa é tão complexa que não sabemos exatamente o que é o tal inglês britânico. O que realmente sabemos é que o que as pessoas chamam de inglês britânico os especialistas chamam de Received Pronunciation (abreviado para RP).

E o que é essa tal de Received Pronunciation?

RP é uma das variantes da língua inglesa, comum dentro do Reino Unido, e tido como a variante de prestígio social e educacional. Ou seja, é a variante usada por pessoas das altas classes sociais e/ou com bom nível de educação escolar. É a variante usada pela rainha em seus discursos. É também a variante usada pela BBC (British Broadcasting Corporation). É a forma usada nas escolas (Eton e Harrow, por exemplo) e faculdades (Oxford e Cambridge, por exemplo). O serviço militar também o adota em suas incursões pelo mundo. Enfim, é um modo padrão da língua inglesa.

Uma das características marcantes da RP é que ela é “pura”. Isto é, quem a usa procura pronunciar as palavras de modo claro e utilizar um vocabulário que seja reconhecido por todos. As estruturas gramaticais são organizadas de acordo com o “padrão”. Trata-se, portanto, de um inglês mais “limpo” (pronunciado com calma e de modo padrão), menos complicado (o falante fala mais devagar), sem interferências regionais (gírias, expressões, pronúncia, etc.). É por conta dessas características que a RP é, sem dúvidas, mais fácil de entender do que qualquer outra forma. No entanto, ela é apenas uma forma da língua inglesa!

O que acontece no dito “inglês britânico” (leia-se RP) é isso: cada pessoa pode falar o seu inglês regional; mas nas relações sociais neutras ou formais utilizam a Received Pronunciation. Isso demonstra mais educação, mais respeito com o interlocutor e evita ruídos na comunicação.
Durante anos, a maioria dos materiais didáticos voltado para o inglês britânico tem utilizado o RP nas suas atividades de compreensão auditiva, leitura, escrita, pronúncia, etc. Trata-se do inglês considerado padrão entre os países que formam o Reino Unido.

Será que ficou claro esse assunto? Quer comentar algo? Então, deixe seu comentário abaixo! Quero realmente saber o que você tem a dizer sobre esse assunto!

Take care!